29 de ago. de 2009

Formação dos mundos

O Universo abrange a infinidade dos mundos que vemos e dos que não vemos, todos os seres animados e inanimados, todos os astros que se movem no espaço, assim como os fluidos que os enchem.

37 - O Universo foi criado, ou existe de toda eternidade, como Deus?
"É fora de dúvida que ele não pode ter-se feito a si mesmo. Se existisse, como Deus, de toda eternidade, não seria obra de Deus" - Diz-nos a razão não ser possível que o Universo se tenha feito a si mesmo. E que não podendo também ser obra do acaso, há de ser obra de Deus.

38 - Como criou Deus o Universo?
"Para de me servir de uma expressão corrente, direi: pela sua Vontade. Nada caracteriza melhor essa vontade onipotente do que estas belas palavras da Gênese: "Deus disse: Faça-se a luz e a luz foi feita".

39 - Poderemos conhecer o modo de formação dos mundos?
"Tudo o que a esse respeito se pode dizer e podeis compreender é que os mundos se formam pela condensção da matéria disseminada no Espaço"

40 - Serão os cometas, como agora se pensa, um começo de condensação da matéria, mundos em via de formação?
"Isso está certo; absurdo, porém, é acreditar-se na influência deles. Refiro-me à influência que vulgarmente lhes atribuem, porquanto todos os corpos celestes influem de algum modo em certos fenômenos físicos."

41 - Pode um mundo completamente formado desaparecer e disseminar-se de novo no Espaço a matéria que o compõe?
"Sim, Deus renova os mundos, como renova os seres vivos"


42 - Poder-se-á conhecer o tempo que dura a formação dos mundos: a Terra, por exemplo?
"Nada te posso dizer a respeito, por que só o Criador o sabe e bem louco será quem pretenda sabe-lo (atoron), ou conhecer o número de séculos dura essa formação"

Espaço Universal

35 - O espaço Universal é infinito ou limitado?
"Infinito. Supõe-se no limitado: que haveria para lá de seus limites? Isto te confunde a razão, bem o sei; no entanto, a razão te diz que não pode ser de outro modo. O mesmo se dá com o infinito em todas as coisas. Não é na pequenina esfera em que vos achais que podereis compreendê-lo" - Supondo-se um limite ao Espaço, por mais distante que a imaginação o coloque, a razão diz que além desse limite há alguma coisa e assim, gradativamente, até o infinito, porquanto, embora essa alguma coisa fosse o vazio absoluto, ainda seria Espaço.

36 -  O vácuo absoluto existe em alguma parte no Espaço Universal?
"Não, não há o vácuo. O que te parece vazio está ocupado por matéria que te escapa aos sentidos e aos instrumentos."

25 de ago. de 2009

Arcanos menores 3 - Nipes 1, na lei dos números

Se considerarmos os 4 nipes dos Tarô tiraremos novas deduções. Estes quatro nipes são bastões/paus, taças/copas, espadas e moedas/ouros (vamos ficar com os nomes de sempre).

Paus é o macho, ativo, Iod.
Copas é feminino, passivo, He.
Espadas é união, neutro, Vau.
Ouros é a transição, o 2° He.

Aqui vou usar os simbolos do Tarô clássico, ainda com símbolos cristãos (apesar de o Tarô ser muito mais antigo que isso)

O Iod, paus, é/era o báculo episcopal.
He, Copas era o Cálice.
Vau, Espadas ficava com a Cruz
2° He, Ouros, era a Hóstia.

Estistem outras relações, como no tarô cigano, tendo em lugar o Bastão, a Taça, o Gládio e a Moeda.

Se relacionarmos, novamente, as chaves com a espiritualidade podemos ligar o desenvolvimento espiritual admitindo-o em várias existências em diversos mundos.
Inseridos no mundo de cada naipe, cada série traz uma vida quanto mais materializada, até o alcance da Divindade. Tomando por conta que cada número inserido num contexto, ao terminarmos os arcanos menores, entraremos aos arcanos maiores, em um mundo muito mais rico.

Numa visão geral veremos os 4 Reis, Ases, Quatros, e Setes representando o Iod, dentro de seus respectivos Nipes. As 4 Damas, Dois, Cincos, Oitos representando He dentro do contexto de seus nipes, também. Os 4 Cavaleiros, três, seis e noves representando o Vau e relacionando-se com seus nipes, enquanto os 4 Valetes e 4 Dez vêm como o 2° He, que transita entre os nipes.


Acaba aqui, a chave teórica dos arcanos menores.

Arcanos menores 2 - Relação entre figuras, números e suas séries

Se agruparmos os termos semelhantes dentro de suas séries:
O Rei é Iod de 1, 4, 7
A Dama é He de 2, 5, 8
O Cavaleiro é Vau de 3, 6, 9
O Valete é 2° He de 10

Assim 1, 2, 3 e 4 trazem as figuras manifestando em campo espiritual e divino.
A série 4, 5, 6 e 7 traz essa evolução pro mundo humano.
E a 7, 8, 9 e 10 é a evolução no mundo espiritual.

- Deu pra sacar a relação que as cartas fazem com a emancipação da alma no mundo espiritual, passando sempre pela manifestação da matéria? Saber como essa "samsara" funciona ajuda a compreender a história que as cartas propõem de emancipadam dentro delas mesmas. Por isso o estudo da espiritualidade e mediunidade (como eu vou explicar melhor nas aplicações e jogos) são tão importantes. É relacionamento direto com isso.

Cada Naipe torna-se um corpo completo, formado à maneira dos seres. Seres que se manifesam na matéria até o ponto que se desligam completamente dela. De um corpo material temos o Cavaleiro - 7 - 8 - 9, de uma força vital teremos Dama - 4 - 5 - 6, da intelectualidade vai Rei - 1 - 2 - 3, e dos órgãos reprodutores teremos o Valete e o 10.

Cada uma destas partes subdivide-se em 3 outras, e se encaixam ainda na lei das séries He Vau He.

Assim pode-se fazer todas as relações a tudo que foi dito sobre cada letra, e relacioná-las sem medo às cartas/números e nipes que acompanham.

Arcanos menores 1 - Figuras, números e suas séries

Pra explicar bem os arcanos menores eu vou usar ainda o livro de Papus, mas vou, também, usar o livro de Capa Prata de São Cipriano.
O livro de São Cipriano traz ensinamentos mais práticos, menos teóricos e matemáticos.
Vamlá.

Temos 56 lâminas menores, formados por quatro séries, com quatorze lâminas cada.
Somando-se às 22 maiores, teremos 78 cartas, que simbolizam a concepção do espírito humano.

As figuras:
O Rei representa o ativo, o homem, o macho, o Iod.
A Dama representa o passivo, a mulher, a fêmea, o 1° He.
O Cavaleiro representa o neutro, o adolescente.
O Valete representa o quarto termo da série, o 2° He

Assim sendo, o Valete é o termo de transição. Mas... transição entre o que?
- Entre as quatro figuras e os dez números seguintes!

Os Dez Números

Lembremo-nos da lei das séries (os ternários). A primeira série é figurada pelo às, ou 1, figurando o ativo Iod. O 2 o passivo He, o 3 o neutro Vau, e finalmente o 4, 2° He.
Isso se repete em todas as outras séries, sendo que o quarto termo da série anterior forma o primeiro termo na série seguinte, sendo nela o termo ativo. Assim, o 4 torna-se o primeiro termo da segunda série, e o 7 o primeiro termo da terceira série.

A série dos números

Série 1: 1 - 2 - 3 - 4
Série 2: 4 - 5 - 6 - 7
Série 3: 7 - 8 - 9 - 10

E a mesma lei do Iod He Vau He se aplica a essas séries. E como essa lei se aplica às quatro figuras façamos um paralelo. Dois termos iguais a um terceiro termo, são iguais entre si. (números e figuras = lei Iod He Vau He).
A juntando as séries em um naipe forma-se um tetragrama de transição completo e perfeito em si.
Série 1 (Iod): Rei (Iod) - Dama (He) - Cavaleiro (Vau) - Valete (2° He)
Série 2 (He): 1 (Iod) - 2 (He) - 3 (Vau) - 4 (2° He)
Série 3 (Vau): 4 (Iod) - 5 (He) - 6 (Vau) - 7 (2° He)
Série 4 (2° He):7 (Iod) - 8 (He) - 9 (Vau) - 10 (2° He)

Mas se agruparmos todos os números das séries e formarmos umas representação geral veremos que:
Iod: 1, 4, 7 - ativos
He: 2, 5, 8 - passivos
Vau: 3, 6, 9 - neutros
2° He fica pro 10. Por que? Não seria o 10 1+0 = 1, portanto um Iod? O 1 é o termo divino, é o Tudo, enquanto o 0 é o Nada. O 10, costumo dizer, é um aspiral. É uma transição entre um nipe e outro.

Significado dos números

A cada números é atribuído um sentido, e vamos estudá-los até onde nos seja possível praticá-los.
Estudaremos os números do 1 ao 4, (tetraktys) e suas variações em casa ternário/seternário, já que aprendemos a reduzí-los.

1 Iod


É a unidade do princípio criador dos números, pois dela tudo emana, é princípio ativo por excelência. É um termo positivo e gerador. O mundo divino. Representado pela cabeça, no corpo; É a espiritualidade, o corpo intelectual.

2 He

A unidade sozinha nada produz, salvo opondo-se a si mesma. Daí nasce a dualidade, princípio de oposição, princípio passivo por excelência. É um termo negativo e gerante. O mundo humano. No corpo, o peito, a vitalidade. É o corpo vital.

3 Vau


Da união com a dualidade nasce o terceiro termo, que une os dois opostos em uma neutralidade comum. 1+2 = 3 (adição teosófica, lembra?). É o princípio neutro. É um termo gerado, resultando dos dois primeiros. É o mundo material, o corpo todo, a materialidade. (questão dos livros dos espíritos quem lembra? "O espírito se manifesta pela matéria"). É todo o corpo material.

4 2° He

Estes três princípios reduzem-se ao quarto, que representa apenas uma nova acepção/geração da unidade como princípio ativo. O passivo-ativo. A transição de um ser pra outra geração. Transição de um mundo a outro.
Por que o quarto elemento tem, novamente, a letra He?
O princípio ativador do elemento de transição é conseqüênte, nunca gerador. Ele cria a partir do que o 1, o Divino, criou. Então é passivo, ao mesmo tempo que transformador, não conservador.

Adição e Redução teosófica

A redução teosófica consiste em reduzir todos os números formados por mais de um algarismo em um número unitário. Soma-se os algarismos envolvidos até ficarmos com uma única unidade.

Exemplo:
10 = 1+0 = 1 (iod)
11 = 1+1 = 2 (he)
12 = 1+2 = 3 (vau)
2488 = 4 (2° he)

A Redução nos ensina que todos os números se reduzem aos nove primeiros. 1, 4, 7, 10 são iguais ao 1, Iod. De forma que o número 1 aparece a cada 3 números (a cada ternário temos um novo 1)
Assim sendo:
a) Todos os números reproduzem, em evolução, os quatro primeiros. - que é a noção da ROTA.
b)O último desses quatro primeiros números representa a unidade de uma oitava diferente. (a entrada ao próximo ternário/seternário)

A série dos números pode ser assim escrita:
1. 2. 3.
4. 5. 6.
7. 8. 9.
10. 11. 12...

Números 4, 7, 10, 13, 16 e etec são concepções diferentes da unidade inicial, 1.


A adição teosóficaé feita pra se conhecer o valor teosófico de cada número. Consiste em somar todos os números desde o 1 até o número que pretende-se conhecer:

Exemplo:
4 = 1+2+3+4 = 10.

Ao fazermos esta operação encontramos a chave do número das lâminas do tarot(78), relacionando-as.
1 = 1
2 = 1+2 = 3
4 = 1+2+3+4= 10
10 = 1+2+3+4 ... +10 = 55
12 = 1+2+3+4+5 ... +12= 78

Rotas

Vou colocar a numerologia que eu mais me identifico, que é simples e extremamente prática.
Tirei do livro O Tarô dos Boêmios, de Papus, edição de 2003.

Começando:
O tarot está escrito sobre esta palavra, disposta em ROTA.
Num livro que li no início de meus estudos de ocultismo me deparei com um talismã que nunca dei atenção, mas que veio a se repetir neste livro, como a chave de roda do tarot, que consiste na Rota. A Rota estabelece as relações de todos os arcanos maiores com os menores. Se alguém se interessar explico como é o desenho da roda, mas não é importante, pode servir de curiosidade. Ao girar essa roda pelo centro do círculo, vê-se a relação dos números/nipes/figuras e arcanos aparecer. Assim, os arcanos 1 (os aleph) apresenta-se sucessivamente diante de todos os grupos de arcanos menores e obteremos uma série de palavras cujo sentido seria fácil determinar caso fossemos pessoas que mantém dicionários hebraicos em casa. Mas é uma coisa muito bonita, uma matemática precisa. O talismã era:

SATOR
AREPO
TENET
OPERA
ROTAS

Pode-se notar que lendo as palavras de absolutamente qualquer direção, ter-se as mesmas palavras, em mesma ordem. Diz o livro (Feitiços de Amor das Bruxas de Salém, de Lilith McLelland) que esse talimã era utilizado pra evitar incêndios, e que a tradução grosseira seria "Arepo, o semeador retomou o trabalho com as suas rodas". O talismã debaixo, o talismã Salom era usado pra ganhar o amor de uma mulher.


SALOM
AREPO
LEMEL
OPERA
MOLAS

Mas não o acho relevante.Ah, o que a gente tem com isso mesmo? A Rota do tarô. O tarô tem um "caminho".Essa rota vai do princípio criador, Deus, representado pelo número 1 (aleph em hebraico), o princípio criador que da origem a todas as coisas. Passa ao poder conservador (2, he), que mantém a criação divina; Assim chegamos ao gancho que liga os dois primeiros, o número 3 (vau), indo ao número de transição do ternário (ternário = formado por 3) que é o 4: a volta, o reinício, o 2° he. Por que 2° He? Veremos.

As letras IOD HE VAU HE formam a palavra que indica a Unidade de origem. Tarô, Thora, Rota são as palavras que indicam necessidades e inspirações.
Iod He Vau He também está relacionada à palavra INRI (Igne Natura Renovatur Integra), que e indica Unidade de origem os franco-maçons e aos católicos; Iesus Nazarenus Rex Iudeorum é o pólo oposto, científico e religioso, físico e metafísico de uma mesma doutrina.

Voltando à Rota: tentemos nos lembrar sempre dessa noção de ROTA; o caminho que o Tarot pretende trilhar dentro da historia que ele representa. Eu poderia fazer outras milhares de relações com outros nomes de várias outras doutrinas, mas acho que afirmei minha questão.

Chave geral

Que seria a chave geral: é uma visão geral do que os arcanos menos representam dentro do todo, que é o tarot completo.

O tarot é composto de arcanos menores, nos nipes de bastões (paus), taças (copas), espadas, e moedas(ouros). São 56 cartas, 14 em cada naipe. a saber Ás, 2 ao 10, Valete, Dama e Rei, e o Cavaleiro, que não aparece nas cartas mais vistas. Eu não uso a carta do cavaleiro, mas vou tentar explicá-la quando vier a hora.

Fala-se que os arcanos maiores e arcanos maiores formam um ciclo que representa a vida espiritual, onde o nipe último (moedas/copas) é o 4° nipe, por isso o nipe de transição.

Aos Arcanos maiores temos 22 cartas. Aos autores colocam 21 cartas + 1 com o n° de 0, que seria o Louco/O Mago. O Louco/Mago pode vir ao número 0, ou ao número 1. Eu, pelo sistema númerico (hebraico) que eu uso, prefiro colocá-lo como 1.

A carta 22, O Mundo, funcionaria como o nipe de copas, no que diz respeito à transição entre as cartas (note, 2+2 = 4). Mas O Mundo significa mais que isso, ele nos traz a idéia de transição entre a vida espiritual e a vida material, como conta a "história" do tarot.

Vou começar com os números, pra ficar mais fácil enchergar as relações que fazem as cartas do tarô, que facilita a associação entre elas, e ajuda a leitura e identificação da natureza dos acontecimentos.

see ya

Minha maior paixão...

Minha maior paixão dentro dos trabalhos que eu faço envolvendo a espiritualidade é o tarot.
Jogo tarô desde meus 8 anos, por intuição, e logo comecei a estudar.
Pra fora, comecei aos 13, e aos 16 minha cigana se formou como minha mentora, estipulando meus preços, o estilo do meu jogo, e me mostrando as situações com mais clareza.

Pra poder abrir cartas é necessário um acompanhamento espiritual. Um mentor que vai, literalmente, fazer seu jogo. Esse mentor espiritual vai te ajudar a visualizar as situações melhor, a ler as cartas de formas mais precisas - nem sempre levando o significado das lâminas ao pé da letra, elaborar seu jogo, definir estilos pra tirar as cartas, e, ao apurar o ouvido, te dizer quando voce estiver enganado.

Se alguém se iniciar no caminho do cartomante vai logo descobrir que muitas vezes ouvimos/intuimos nosso erro, e acreditamos na outra opção que tínhamos em mãos. E isso, já adianto, é um aviso a todos que trabalham com a espiritualidade - principalmente no que diz respeito a dar respostas a outros - que devemos treinar nossa mediunidade, nossos ouvidos e aprender a identificar quais pensamentos são nossos, quais são de nossos mentores, e quais são aqueles dos que querem nos atrasar.

Mas qual seria o objetivo - enquanto trabalho - do cartomante? Qual a tarefa dele? Ver o futuro? Talvez. Mas a tarefa real do cartomante é identificar as situações em que o consulete terá escolhas importantes a fazer, e ajudá-lo (por meio de seus guias) a tomar a decisão mais acertada. Avisar o consulente de alguma situação-problema em que a preparação é a chave pra que tudo corra bem. Surpresas, situações inusitadas que podemos avisá-lo pra que ele não seja enganado pelas aparências. Sejam elas de pessoas mal-intencionadas, ou acidentes que podemos evitar, ou ajudar a lidar melhor com eles.

É sempre bom pensar por que estamos entrando no caminho do cartomante e qual nosso objeticvo. Entender como a espiritualidade funciona também ajuda muito a traduzir as coisas que se passarão com você apartir disso.

Mas se não seguimos o caminho do cartomante, que outro caminho podemos tomar dentro do tarô? Existe também o tarólogo. Tarólogo, ao pé da letra, seria aquele que estuda as lâminas do tarô. Podendo ele atender como cartomante, ou não. Mas, pra mim, o tarólogo não desenvolve a sua mediunidade, ele é aquele cara que estuda, sabe os significados, lembra de contar os números. Mas o problema do jogo puramente técnico é que ele não te dá o sentimento que a mediunidade te proporciona. Mas, como diz a carta do papa, não há pratica sem técnica. O ideal é desenvolvermos os dois em boa proporção.

A maioria defende que o ideal é desenvolver a mediunidade dentro do tarô mais que a teoria. E eu compactuo disso. É a mediunidade que vai te permitir visualizar o futuro. Sem alguém pra organizar suas cartas, manipular seu jogo, são cartas jogadas à mesa. Dentro de uma mediunidade bem desenvolvida - ela vem com a prática - voce poderia ler o futuro nas mãos, nas cartas, nos búzios, em conchas ou num pedaço de tijolo! O importante é querer, entender sua missão dentro disso, estudar e praticar.

23 de ago. de 2009

Propriedades da matéria

29 - A poderabilidade é um atributo essencial da matéria?
"Da matéria como a entendeis, sim; não, porém, da matéria considerada como fluido universal. A matéria etérea e sutil que constitui esse fluido vos é imponderável. Nem por isso, entretanto, deixa de ser o princípio de vossa matéria pesada" - A gravidade é uma propriedade relativa. Fora das esferas de atração dos mundos, não há peso, do mesmo modo que não há alto nem baixo.

30 - A matéria é formada de um só, ou de muitos elementos?
"De um só elemento primitivo. Os corpos que considerais simples não são verdadeiros elementos, são transformações da matéria primitiva"

31 - Donde se originam as diversas propriedades da matéria?
"São modificações que as moléculas elementares sofrem, por efeito de sua união, em certas circunstâncias."

31 - De acordo com o que vindes de dizer, os sabores, os odores, as cores, o som, as qualidades venenosas ou salutares dos corpos não passam de modificações de uma única substância primitiva?
"Sem dúvida e que só existem devido à disposição dos órgãos destinados a percebê-las" - A demonstração desde princípio se encontra no fato de que nem todos percebemos as qualidades dos corpos do mesmo modo: enquanto que uma coisa agrada ao gosto de um, para o outro é detestável; o que uns vêem azul, outros vêem vermelho; o que para uns é veneno, para outros é inofensivo ou salutar.

- Acredito eu, Lyz, que o que queriam exemplificar é que as características da matéria só existem pela nossa capacidade de interpretá-las. Se não tivéssemos um nariz, não existiria cheiro. Da mesma forma que existem milhares de outras coisas no universo que não percebemos, e assim concluimos que simplesmente não existe. Ainda assim, temos percepções diferentes daquilo que podemos interpretar.

33 - A mesma matéria elementar é suscetível de experimentar todas as modificações e de adquirir todas as propriedades?
"Sim, e é isso o que se deve entender, quando dizemos que tudo está em tudo*" - O oxigênio, o azoto, o carbono e todos os corpos que consideramos simples são meras modificações de uma substância primitiva. Na impossibilidade em que ainda nos achamos de remontar, a não ser pelo pensamento, a esta matéria primária, esses corpos são para nós verdadeiros elementos e podemos, sem maiores consequências, tê-los como tais, até nova ordem.
a)Não parece que esta teoria dá razão aos que não admitem na matéria senão duas propriedades essenciais: a força e o movimento, entendendo que todas as demais propriedades não passam de efeitos secundários, que variam conforme à intensidade da força e à direção do movimento?
"É acertado essa opnição. Falta somente acrescentar: e conforme à disposição das moluculas, como o mostra, por exemplo, um corpo opaco que pode tornar-se transparente, e vice-versa."

34 - As moléculas tem forma determinada?
"Certamente, as moléculas têm uma forma, porém não sois capazes de apreciá-la"
a) Essa forma é constante ou variável?
"Constante a das moléculas elementares primitivas; variavel a das moléculas secundárias, que mais não são do que aglomerações das primeiras. Porque, o que chamais molécula longe ainda está da molécula elementar"


*Este princípio explica o fenômeno conhecido de todos os magnetizadores e que consiste em dar-se, pela ação da vontade, a uma substância qualquer, à água por exemplo, propriedades muito diversas: um gosto determinado e até qualidades ativas de outras substâncias. Desde que não há mais de um elemento primitivo e que as propriedades dos diferentes corpos são apenas modificações desse elemento, o que se segue é que a mais inofensiva substância tem o mesmo princípio que a mais deletéria. Assim, a água, que se pompõe de uma parte de oxigênio e duas de hidrogênio, se torna corrosiva, duplicando-se a proporção do oxigênio. Transformação análoga se pode produzir por meio da ação magnética dirigida pela vontade.

10 de ago. de 2009

Espírito e a matéria

21 - A matéria existe desde toda a eternidade, como Deus, ou foi criada por ele em dado momento?
"Só Deus o sabe. Há uma coisa, todavia, que a razão deve indicar: é que Deus, modelo de amor e caridade, nunca esteve inativo. Por mais distante que logreis figurar o início de sua ação, podereis concebê-lo ocioso, um momento que seja?"

22 - Define-se geralmente a matéria como sendo - o que tem extensão, o que é capaz de nos impressionar os sentidos, o que é impenetrável. São exatas essas definições?
"Do vosso ponto de vista, elas o são, por que não falais senão do que conheceis. Mas a matéria existe em estados que ignorais. Pode ser, por exemplo, tão etérea e sutil, que nenhuma impressão vos cause aos sentidos. Contudo, é sempre matéria. Para vós, porém, não o seria"
a) Que definição podeis dar a matéria?
"A matéria é o laço que prende o espírito; é o instrumento, de que este se serve e sobre o qual, ao mesmo tempo, exerce sua ação." - Deste ponto de vista, pode-se dizer que a matéria é o agente, o intermediário com o auxílio do qual atua o espírito.

23 - Que é o espírito?
"O princípio inteligente do Universo"
a) Qual a natureza íntima do espírito?
"Não é fácil analisar o espírito com vossa linguagem. Para vós, ele é nada, por não ser palpável. Para nós, entretanto, é alguma coisa. Ficai sabendo: coisa nenhuma é o nada, e o nada não existe."

24 - É o espírito sinônimo de inteligência?
"A inteligência é um atributo essencial do espírito. Uma e outro, porém, se confundem num princípio comum, de sorte que, para vós, são a mesma coisa."

25 - O espírito indepened da matéria, ou é apenas uma propriedade desta, como as cores são da luz e o som do ar?
"São distintos uma do outro; mas, a união do espírito e da matéria é necessária para intelectualizar a matéria"
a) Essa união é igualmente necessária para a manifestação do espírito? (Entendemos aqui por espírito o princípio da inteligência, abstração feita das individualidades que por esse nome se designam)
"É necessária a vós outros, por que não tendes organizaçõa apta a perceber o espírito sem a matéria. A isto não são apropriados os vossos sentidos."

26 - Poder-se-á conceber o espírito sem a matéria e a matéria sem o espírito?
"Pode-se, é fora de dúvida, pelo pensamento."

27 - Há então dois elementos gerais do Universo: a matéria e o espírito?
"Sim e acima de tudo Deus, o criador, o pai de todas as coisas. Deus, espírito e matéria constituem o princípio de tudo que existe, a trindade universal. Mas, ao elemento material se tem que juntar o fluido universal, que desempenha papel de intermediário entre o espírito e a matéria propriamente dita, por demais grosseira que para que o espírito possa exercer ação sobre ela. Embora de certo ponto de vista seja lícito classificá-lo como o elemento material, ele se distingue deste por propriedades especiais. Se o fluido universal fosse positivamente matéria, razão não haveria para que também o espírito também não o fosse. Está colocado entre o espírito e a matéria; suas inumeráveis combinações com esta e sob ação do espírito, de produzir a infinita variedade de coisas de que apenas conheceis uma parte mínima. Esse fluido universal, ou primitivo, ou elementar, sendo o agente de que o espírito se utiliza, é o princípio sem o qual a matéria estaria em perpétuo estado de divisão e nunca adquiriria as qualidades que a gravidade lhe dá."
a) Esse fluido será o que designamos pelo nome de eletricidade?
"Dissemos que ele é suscetível de inúmeras combinações. O que chamais fluido elétrico, fluido magnético, são modificações do fluido universal, que não é, propriamente falando, senão matéria mais perfeita, mais sutil e que se poed considerar independente"

28 - Pois que o espírito é, em si, alguma coisa, não seria mais exato e menos sujeito a confusão dar aos dois elementos gerais as designações de 'matéria inerte' e "matéria inteligente'?
"As palavras pouco importam. Compete-vos a vós formular a vossa linguagem de maneira a vos entenderdes. As vossas controvérias provêm, quase sempre, de não vos enternderdes acerca dos termos que empregais, por ser incompleta a vossa linguagem para exprimir o que não vos fere os sentidos" - Um fato patente domina todas as hipóteses: vemos matéria destituída de inteligência e vemos um princípio inteligente que independe da matéria. A origem e a conexão destas duas coisas nos são desconhecidas. Se promanam ou não de uma só fonte; se há pontos de contato entre ambas; se a inteligência tem existência própria, ou se é uma propriedade, um efeito; se é mesmo, conforme à opnião de alguns, uma emanação da Divindade, ignoramos. Elas se nos mostram como sendo distintas; daí o considerarmo-las formando os dois princípios constitutivos do Universo. Vemos acima de tudo isso uma inteligência que domina todas as outras, que as governa, que se distingue delas por atributos essenciais. A essa inteligência suprema é que chamamos de deus.

Conhecimento do princípio das coisas

17 - É dado ao homem conhecer o princípio das coisas?
"Não, Deus não permite que ao homem tudo seja revelado neste mundo."

18 - Penetrará o homem um dia no mistério das coisas que lhe estão ocultas?
"O véu se levanta a seus olhos à medida que ele se depura; mas, para compreender certas cosias são-lhe precisas faculdades que ainda não possui."

19 - Não pode o homem, pelas investigações científicas, penetrar alguns dos segredos da Natureza?
"A ciência lhe foi dada para seu adiantamento em todas as coisas; Ele porém não pode ultrapassar os limites que Deus estabeleceu." - Quanto mais consegue o homem penetrar nesses mistérios, tanto maior admiração lhe devem causar o poder e a sabedoria do Criador. Entertanto, seja por orgulhos, seja por fraqueza, sua própria inteligência o faz joguete de ilusão. Ele amotoa sistemas sobre sistemas e cada dia que passa lhe mostra quantos erros tomou por verdade e quantas verdades rejeitou como erros. São outra tantas decepções para o seu orgulho.

20 - Dado é ao homem receber, sem ser por meio das investigações da ciência, comunicações de ordem mais elevada acerca do que lhe escapa ao testemunho dos sentidos?
"Sim, se o julgar conveniente, Deus pode revelar o que à ciência não é dado apreender" - Por essas comunicações é que o homem adquire, dentro de seus limites, o conhecimento do seu passado e do seu futuro.

9 de ago. de 2009

Panteísmo

14 - Deus é um ser distinto, ou será, como opinam alguns, a resultante de todas as forças e de todas as inteligências do Universo reunidas?
"Se fosse assim, Deus não existiria, porquanto seria efeito e não causa. Ele não pode ser ao mesmo tempo uma e outra coisa.
"Deus existe; disso não poderis duvidas e é o essencial. Crede-me, não vades além. Não vos percais num labirinto donde não lograreis sair. Isso não vos tornaria melhores, antes um pouco mais orgulhosos, pois que acreditaríeis saber, quando na realidade nada saberíeis. Deixai, conseguintemente, de lado todos esses sistemas; tendes bastantes coisas que vos tocam mais de perto, a começar por vós mesmos. Estudai as vossas próprias imperfeições, a fim de vos libertardes delas, o que será mais útil do que pretendertes penetrar no que é impenetrável."

15 - Que se deve pensar da opnião segundo a qual todos os corpos da Natureza, todos os seres, todos os globos do Universo seriam partes da Divindade e contituiriam, em conjunto, a própria Divindade, ou que se deve pensar da doutrina Panteísta?
"Não podendo fazer-se Deus, o homem quer ao menos ser uma parte Dele"

16 - Pretendem os que professam esta doutrina achar nela a demonstração de alguns dos atributos de Deus: Sendo infinitos os mundos, Deus é portanto infinito; Não havendo o vazio, ou o nada em parte alguma, Deus estaria por toda parte; estando Deus em toda parte, pois tudo é parte integrante Dele, Ele dá a todos os fenômenos da Natureza uma razão de ser inteligente. Que se pode opor a este raciocínio?
"A razão. Refleti mduramente e não vos será difícil reconhecer-lhe o absurdo" - Esta doutrina faz de Deus um ser material que, embora dotado de suprema inteligência, seria em ponto grande o que somos em ponto pequeno. Ora, transformando-se a matéria incessantemente, Deus nenhuma estabilidade teria; acharia-se sujeito a todas as vicissitudes, mesmo a todas as necessidades da Humanidade; faltaria-lhe um dos atributos essenciais da Divindade: a imutabilidade. Não se pode aliar as propriedades da matéria à idéia de Deus sem que Ele fique rebaixado ante nossa compreensão e não haverá sutilezas de sofismas que cheguem a resolver o problema da sua natureza íntima. Não sabemos tudo que Ele é, mas sabemos o que ele não pode deixar de ser e o sistema e que tratamos está em contradição com as suas mais essenciais propriedades. Ele confunde o Criador com a criatura, exatamente como o faria quem pretendesse que a máquina fosse parte do mecânico.

Atributos da divindade

10 - Pode o homem compreender a natureza íntima de Deus?
"Não, falta-lhe para isso o sentido"

11 - Será dado um dia ao homem compreender o mistério da Divindade?
"Quando não mais tiver o espírito obscurecido pela matéria. Quando pela perfeição, se houver aproximado de Deus, ele o verá e compreenderá" - A inferioridade das faculdades do homem não lhe permite compreender a natureza íntima de Deus. Na infância da Humanodade, o homem o confunde muitas vezes com a criatura, cujas imperfeições lhe atribui; mas à medida que nele se desenvolve o senso moral, seu pensamento penetra melhor no âmago das coisas; então faz idéia mais justa da Divindade e, ainda que sempre incompleta, mais conforme à sã razão.

12 - Embora não possamos compreender a natureza íntima de Deus, podemos formar idéia de algumas de suas perfeições?
"De algumas sim. O homem as compreende melhor à proporção que se eleva acima da matéria. Entrevê-as pelo pensamento"

13 - Quando dizemos que Deus é eterno, infinito, imutável, imaterial, único, onipotente, soberanamente justo e bom, temos idéia completa de seus atributos?
"Do vosso ponto de vista, sim porque credes abranger tudo. Saebei, porém, que há coisas que estão acima da inteligência do homem mais inteligente, as quais a vossa linguagem, restrita às vossas idéias e sensações, não tem meios de exprimir. A razão, com efeito, voz diz que Deus deve possuir em grau supremo essas perfeições, porquanto, se uma lhe faltasse, ou não fosse infinita, já Ele não seria superior a tudo, não seria por conseguinte Deus. Para estar acima de todas as coisas, Deus tem que se achar isento de qualquer vicissitude e de qualquer das imperfeições que a imaginação possa conceber" - Deus é eterno. Se tivesse tido princípio, teria saído do nada, ou, então, também teria sido criado, por um ser anterior. É assim que, de degrau em degrau, remontamos ao infinito. e à eternidade. É imutável. Se estivesse sujeito a mudanças, as leis que regem oUniverso nenhuma estabilidade teriam. É imaterial. Quer isto dizer que sua natureza difere de tudo o que chamamos matéria. De outro modo, ele não seria imutável, por que estria sujeito às transformações da matéria. É único. Se muitos Deuses houvesse, não haveria unidade de vistas, nem unidade de poder da ordenação do Universo. É onipotente. Ele o é, por que é único. Se não dispusesse do soberano poder, algo haveria de mais poderoso ou tão poderoso quanto Ele, que então não teria feito todas as coisas. As que não houvesse feito seriam obra de outro. É soberanamente justo e bom. A sabedoria providencial das leis divinas se revela, assim nas mais pequeninas coisas, como nas maiores, e essa sabedoria não permite se duvide nem da justiça nem da bondade de Deus.

Provas da existência de Deus

4 - Onde se pode encontrar a prova da existência de Deus?
"Num axioma que aplicais às vossas ciências. Não há efeito sem causa. Procurai a causa de tudo que não é obra do homem e vossa razão responderá" - Para crer-se em Deus basta que se lance o olhar sobre as obras da criação. O Universo existe, logo tem uma causa. Duvidar da existência de Deus é negar que todo efeito tem uma causa e avançar que o nada pôde fazer alguma coisa.

5 - Que dedução de pode tirar do sentimento instintivo que todos os homens trazem em si, da existência de Deus?
"A de que Deus existe; pois, donde lhes viria esse sentimento, se não tivesse uma base? É ainda uma consequência do princípio: não há efeito sem causa."

6 - O sentimento íntimo que temos da existência de Deus não poderia ser fruto da educação, resultado de idéias adquiridas?
"Se assim fosse, por que existiria nos vossos selvagens esse sentimento?" - Se o sentimento da existência de um ser supremo fosse tão-somente produto de um ensino, não seria universal e não existiria se não nos que houvessem podido receber esse ensinamento.

7 - Poderia-se achar nas propriedades íntimas da matéria a causa primária da formação das coisas?
"Mas, então, qual seria a causa dessas propriedades? É indispensável sempre uma causa primária." - Atribuir a formação primária das coisas às propriedades íntimas da matéria seria tomar o efeito pela causa, porquanto essas propriedades são, também elas, um efeito.

8 - Que deve pensar da opnião dos que atribuem a formação primária a uma combinação fortuita da matéria, ou, por outra, ao acaso?
"Outro absurdo! Que homem de bom-senso pode considerar o acaso um ser inteligente? E, demais, que é o acaso? Nada" - A harmonia existente no mecanismo do Universo patenteia combinações e desígnios determinados e, por isso mesmo, revela um poder inteligente. Atribuir a formação primária ao acaso é insensatez, pos que o acaso é cego e não pode produzir os efeitos que a inteligência produz. Um acaso inteligente já não seria acaso.

9 - Em que é que, na causa primária, se reevla uma inteligência suprema e superior a todas as inteligências?
"Tendes um provérbio que diz: 'Pela obra se reconhece o autor'. Pois bem! Vede a obra e procurai o autor. O orgulho é que gera a incredulidade. O homem orgulhoso nada admite acima de si. Por isso é que ele se denomina a si mesmo de espírito forte. Pobre ser, que um sopro de Deus pode abater!" - Do poder de uma inteligência se julga pelas suas obras. Não podendo nenhum ser humano criar o que a Natureza produz, a causa primária é, conseguintemente, uma inteligência superior à Humanidade. Quaisquer que sejam os prodígios da Humanidade, ela mesma tem uma causa e, quanto maior for o que opere, tanto maior há de ser a inteligência primária, seja qual for o nome que lhe dêem.

Deus e O infinito

1 - Que é Deus?
"Deus é a inteligência suprema, causa primária de todas as coisas"

2 - Que se deve entender por infinito?
"O que não tem começo nem fim: o desconhecido; tudo que é desconhecido é infinito."

3 - Poderia-se dizer que Deus é o infinito?
"Definição incompleta. Pobreza da linguagem humana, insuficiente para definir o que está acima da linguagem dos homens" - Deus é infinito em suas perfeições, mas o infinito é uma abstração. Dizer que Deus é o infinito é tomar o atributo pela coisa toda; é definir uma coisa que não está conhecida por uma outra que não o está mais que a primeira.

Introdução relevante I

Chamamos de ALMA ao ser imaterial e individual que em nós reside e sobrevive ao corpo. Mesmo quando esse ser não existisse, não passasse de produto da imaginação, ainda assim fora preciso um termo para designálo.
Princípio Vital o princípio da vida material e orgânica, qualquer que seja a fonte donde promane, princípio esse comum a todos os seres vivos, desde plantas até o homem. A palavra vitalidade não daria a mesma idéia. O princípio vital é uma propriedade da matéria, um efeito que se produz achando-se a matéria em dadas circunstâncias. Ou então é algo que reside em um fluido especial, universalmente espalhado e do qual cada ser absorve e assimila uma parcela durante a vida, tal como os corpos inertes absorvem a luz. Esse seria então o fluido vital que, na opinião de alguns, em nada difere do fluido elétrico animalizad, ao qual também se dão os nomes de fluido magnético, fluido nervoso, etec.
A alma vital seria comum a todos os seres orgânicos: plantas, animais e homens; a alma intelectual pertenceria aos animais e aos homens; e a alma espírita somente ao homem.

A série progressiva dos fenômenos que deram origem a esta doutrina.
O primeiro fato observado foi o da movimentação de objetos diversos. Designaram-no vulgarmente pelo nome de mesas girantes, ou dança das mesas. Aparentemente notado na América primeiramente, enquanto a história prova que ele remonta à mais alta antiguidade.
Era a produção de circunstâncias estranhas, tais como ruídos insólitos, pancadas sem nenhuma causa ostensiva.
O movimento nem sempre era circular: muitas vezes era brusco e desordenado, sendo o objeto violentamente sacudido, derribado, levado numa direção qualquer e, contrariamente a todas as leis da estática, levantado e mantido em suspensão.
as primeiras manifestações inteligentes se produziram por meio de mesas que se levantavam e, com um dos pés davam certo número de pancadasm respondendo desse modo a pergunta feita, conforme fora convencionado. a precisão das respostas e a correlalção que denotavam com as perguntas causaram espanto. O ser que respondia, interrogado sobre sua natureza autodenominou-se Espírito, ou Gênio. Declinou nomes e prestou informações a seu respeito.
O sistema era demorado e incômodo. O próprio auto-denominado Espírito sugeriu a adaptação do sistema. Substituiu-se a mesa por lápis, papel e uma cesta, onde o lápis seria amarrado. E o lápis traçava por si caracteres formando palavras, frases, dissertações de muitas páginas sobre as mais altas questões de filosofia, moral, metafísica, psicologia e etec.
A cesta ou a prancheta só podem ser postas em movimento debaixo da influência de certas pessoas, dotadas para isso, de um poder especial, as quais se designaram pelo nome de médiuns - meios ou intermediários entre espíritos e homens. As condições que dão esse poder resultam de causas ao mesmo tempo físicas e morais, ainda imperfeitamente conhecidas, porquanto há médiuns de toda as idades, de ambos os sexos e em todos os graus de desenvolvimento intelectual. É uma faculdade que se desenvolve pelo exercício.
Espíritos superiores somente atendem a reuniões sérias, sobretudo onde reina perfeita comunhão de pensamentos e de sentimentos para o bem. A leviandadee as questões ociosas os afastam, como entre homens afastam as pessoas criteriosas. O campo fica, então, livre à turba dos Espíritos mentirosos e frívolos, sempre à espreita de ocasiões propícias para zombarem e se divertirem às nossas custas. Esses espíritos muitas vezes usurpam nomes conhecidos e respeitados.

Só os espíritos que atingiram certo grau de purificação se acham libertos das influências corporais