28 de dez. de 2009

Origem e natureza dos Espíritos

76 - Que definição se pode dar aos Espíritos?
"Pode-se dizer que os espíritos são os seres inteligentes da criação. Povoam o Universo, fora do mundo material"
NOTA: A palavra espírito é empregada aqui para designar as individualidades dos seres extracorpóreos e não mais o elemento inteligente do Universo.

77 - Os Espíritos são seres distintos da Divindade, ou serão simples emanações ou porções desta e, por isto, denominados filhos de Deus?
"Meu Deus! São obra de Deus, exatamente qual a máquina o é do homem que a fabrica. A máquina é obra do homem, não é o próprio homem, Sabes que, quando faz alguma coisa bela, útil, o homem lhe chama sua filha, criação sua. Pois bem! O mesmo se dá com relação a Deus: somos seus filhos, pois que somos obra sua"

78 - Os Espíritos tiveram princípio, ou existem, como Deus, de toda a eternidade?
"Se não tivessem tido princípio, seriam iguais a Deus, quando, ao invés, são criação sua e se acham submetidos à sua vontade. Deus existe de toda a eternidade, é incontestável. Quanto, porém, ao modo por que nos criou e em que momento o fez, nada sabemos. Podes dizer que não tivemos princípio, se quizeres com isso significar que, sendo eterno, Deus há de ter sempre criado initerruptamente. Mas, quando e como cada um de nós foi feito, repito-me nenhum o sabe: aí é que está o mistério"

79 - Pois que há dois elementos gerais no Universo: o elemento inteligente e o elemento material, poder-se-á dizer que os Espíritos são formados do elemento inteligente, como os corpos inertes o são do elemento material?
"Evidentemente. Os Espíritos são a individualização do princípio inteligente, como os corpos são a individualização do princípio material. A época e o modo por que essa formação se operou é que são desconhecidos."

80 - A criação dos Espíritos é permanente, ou só se deu na origem dos tempos?
"É permanente. Quer dizer: Deus jamais deixou de criar"

81 - Os Espíritos se formam espontâneamente, ou procedem uns dos outros?
"Deus os cria, como a todas as outras criaturas, pela sua vontade. Mas, repito ainda uma vez, a origem deles é mistério."

82 - Será certo dezer-se que os Espíritos são imateriais?
"Como se pode definir uma coisa, quando faltam termos de comparação e com uma linguagem deficiente? Pode um cego de nascença definir a luz? Imaterial não é bem o termo; incorpóreo seria mais exato, pois deves compreender que, sendo uma criação, o Espírito há de ser alguma coisa. É a matéria quitenssenciada, mas sem analogia para vós outros, e tão etérea que escapa inteiramente ao alcance dos vossos sentidos"
Dizemos que os Espíritos são imateriais, por que, pela sua essência, diferem de tudo o que conhecemos sob o nome de matéria. (...) Nós outros somos verdadeiros cegos com relação à essência dos seres sobre-humanos. Não os podemos definir (...) senão por um esforço de imaginação.

83 - Os Espíritos têm fim? Compreende-se que seja eterno o princípio donde eles emanam, mas o que perguntamos é se suas individualidades têm um termo e que se, em dado tempo, mais ou menos longo, o elemento de que são formados não se dissemina e volta à massa donde saiu, como sucede com os corpos materiais. É difícil de conceber-se que uma coisa que teve começo possa não ter fim.
"Há muitas coisas que não compreendeis, por que tendes limitada a inteligência. Isso, porém, não é razão para que as repilais. O filho não compreende tudo o que a seu pai é compreensível, nem o ignorante tudo o que sábio apreende. Dizemos que a exist~encia dos Espíritos não tem fim. É tudo o que podemos, por agora, dizer."

22 de dez. de 2009

Inteligência e Instinto

71 - A inteligência é atributo do princípio vital?
"Não, pois que as plantas vivem e não pensam: só têm vida orgânica. A inteligência e a matéria são independentes, porquanto um corpo pode viver sem a inteligência. Mas, a inteligência só por meio dos órgãos materiais pode manifestar-se. Necessário é que o espírito se una à matéria animalizada para intelectualizá-la"

A inteligência é uma faculdade especial, peculiar a algumas classes de seres orgânicos e que lhes dá, com o pensamento, a vontade de atuar, a consciência de que existem e de que constituem uma individualidade cada um, assim como os os meios de estabelecerem relações com o mundo exterior e de proverem às suas necessidades.
Podem distinguir-se assim: 1° os seres inanimados - constituídos só de matéria,s em vitalidade nem inteligência; 2° os seres animados que não pensam, formados de matéria e dotados de vitalidade, porém, destituídos de inteligência. 3°, os seres animados pensantes, formados de matéria, dotados de vitalidade e tendo a mais um princípio inteligente que lhe outroga a faculdade de pensar"

72 - Qual a fonte da inteligência?
"Já o dissemos; a inteligência universal"
a) Poder-se-ia dizer que acasa ser tira uma porção de inteligência da fonte universal e a assimila, como tira e assimila o princípio da vida material?
"Isto não passa de simples comparação, todavia inexata, por que a inteligência é uma faculdade própria de cada ser e constitui a sua individualidade moral. Demais, como sabeis,h há coisas que ao homem não é dado penetrar e esta, por enquanto, é desse número."

73 - O instinto independe da inteligência?
"Precisamente, não. Por isso que o instinto é uma espécie de inteligência. É uma inteligência sem raciocínio. Por ele é que todos os seres prevêem às suas necessidades."

74 - Pode-se estabelecer uma linha de separação entre o instinto e a inteligência, isto é, precisar onda um acaba e começa a outra?
"Não, por que muitas vezes se confundem. Mas, muito bem se podem distinguir os atos que decorrem do instinto dos que são da inteligência"

75 - É acertado dizer-se que as faculdade instintivas diminuem à medida que crescem as intelectualidades?
"Não; o instinto existe sempre, mas o homem o despreza. O instinto também pode conduzir ao bem. Ele quase sempre nos guia e algumas vezes com mais segurança do que a razão. Nunca se transvia."
a) Por que nem sempre é guia infalível a razão?
"Seria infalível, se não fosse falseada pela má educação, pelo orgulho e pelo egoísmo. O instinto não raciocina; a razão permite a escolha e dá ao homem o livre-arbítrio"
-- Note que à medida que recebemos maior inteligência, maior nossa liberdade, maior nosso domínio sobre nossas ações, e maior a responsabilidade sobre elas.

O instinto é uma inteligência rudimentar, que difere da inteligência propriamente dita, em que suas manifestações são quase sempre espontâneas, ao passo que as da inteligência resultam de uma combinação e de um ato deliberado.
O instinto varia em suas manifestações, conforme às espécies e às suas necessidades. Nos seres que têm a cibsciência e a percepção das coisas exteriores, ele se alia à inteligência, isto é, à vontade e à liberdade.

A vida e a morte

68 - Qual a causa da morte dos seres orgânicos?
"Esgotamente dos órgãos"
a) Poder-se-ia comparar a morte à cessação do movimento de uma máquina desorganizada?
"Sim; se a máquina está mal montada, cessa o movimento; se o corpo está efermo, a vida se extingue"

69 - Por que é que uma lesão do coração mais depressa causa a morte do que as de outros órgãos?
"O coração é a máquina de vida, não é, porém, o único órgão cuja lesão ocasiona a morte. Ele não passa de uma das peças essenciais."

70 - Que é feito da matéria e do princípio vital dos seres orgânicos, quando estes morrem?
"A matéria inerte se decompõe e vai formar novos organismos. o princípio vital volta à massa donde saiu"

Morto o ser orgânioco, os elementos que o compõem sofrem novas combinações, de que resultam novos seres, os quais haurem na fonte universal, o princípio da vida e da atividade, o absorvem e assimilam, para novamente o restituírem a essa fonte, quando deixarem de existir.
Os órgãos se impregnam, por assim dizer, desse fluido vital e esse fluido vital dá a todas as partes do organismo uma atividade que as põe em comunicação entre si. (...) Mas, quando os elementos essenciais ao funcionamento dos órgãos estão destruídos, ou muito profundamente alterados, o fluido vital se torna impotente para lhes transmitir o movimento da vida, e o ser morre.
(...)
A quantidade de fluido vital não é absoluta em todos os seres orgânicos. Varia segundo as espécies e não é constante, quer em cada indivíduo, quer nos indivíduos de uma tal espécie. (...) Daí, pára alguns, vida mais ativa, mais tenaz e, de certo modo, superabundante.
A quantidade de fluido vital se esgota. Pode tornar-se insuficiente para a conservação da vida, se não for renovada pela absorção e assimilação das substâncias que o contén (que você anda comendo?).
O fluido vital se transmite de um individuo a outro. Aquele que  o tiver em maior porção pode dá-lo a um que o tenha de menos e em certos casos prolongar a vida prestes a extinguir-se.