9 de mai. de 2011

Almas gêmeas

Uma grande amiga, Amanda, veio comentar que leu aqui que a alma é indivisível. E se assim o é, então como funciona o negócio de Almas Gêmeas?
O conceito geral diz que seríamos criados e divididos ao meio e condenados a vivermos separados, caçando as metades de nossas respectivas laranjas até que a morte nos una.
A espiritualidade não nos estimula a pensar assim. Os espíritos que pretendem nos ensinar alguma coisa estão sempre insistindo na individualidade da alma. Tanto no tangente às Almas Gêmeas, quanto a outras questões, como religiões que defendem que somos pedaços do Criador, ou que voltaremos a um mar de almas que compõe qualquer outro tipo de todo.
No cap. sobre A Vida Espírita, no tópico "Relações de simpatia e de antipatia entre os Espíritos. Metades Eternas", tem-se considerações diretas sobre o assunto, como por ex:

301. Dois Espíritos simpáticos são complemento um do outro, ou a simpatia entre eles existente é resultado de identidade perfeita? 
"A simpatia que atrai um Espírito para outro resulta da perfeita concordância de seus pendores e instintos. Se um tivesse que completar o outro, perderia a sua individualidade".

O conceito, então, resulta de afinidades que atravessam encarnações e reencontram-se na atual, em vista de que a idéia mais acertada parece ser a de que, Almas Gêmeas são aqueles que unidos pela simpatia, pela afinidade, pelo amor e pela vibração se relacionam de forma mais pura e intensa. O que não significa que estas não poderão exercer sua individualidade ou alguma outra tarefa que independa do outro - o que pode gerar frustração e sentimento de diminuição da parte do que se anula.
Uma união desta forma precisa, portanto, de variações vibratórias de mesma natureza, de alguma elevação para poder-se amar ao outro, alimentá-lo espiritualmente.
Outra questão a se considerar é a proposta de evoluirmos para amarmos a todos, sem distinção de nenhuma natureza. Nem mesmo de intensidade. Assim sendo, Almas Gêmeas seria um conceito que somente funciona num andar evolutivo razoável: dependeria do conhecimento do amor, mas um amor direcionado, se não condicional.
Mais uma coisa a se pensar é que, talvez, nossa alma gêmea, nosso maior afeto, esteja ainda esperando para encarnar. Talvez ocupado com algum trabalho importante, talvez em algum lugar que ainda não temos acesso,  quem garante? Talvez esperando uma união nossa para nascer dela. As variáveis são incontáveis. A quantidade de pessoas a nossa volta também.
É pano para pensarmos nossos conceitos de união e suas razões. De divórcio, seus motivos e consequências, desejos românticos, sexuais e também idealizações. Bom-senso me parece sempre uma via segura: O que ofende o outro não cabe aqui (o digo por não concordar com o conceito de por-se no lugar do outro, em vista de que temos opiniões diferentes e estímulos diferentes nos acordam).
A única conclusão que posso, então, tirar de meu raciocínio, sabendo que o amor é o alimento da alma, é que todas as almas deveriam ser consideradas gêmeas a nós. Somos irmãos, não somos?


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